segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Amamentação.


O desenvolvimento sustentável trabalha essencialmente igualdade, ecologia e economia.
1º ODS - ENFRENTAR A POBREZA: o leite materno é um alimento natural e barato para os bebês e as crianças na primeira infância. É acessível para todos e não existe um custo para o orçamento familiar em oposição à alimentação artificial. O aleitamento materno contribui para a redução da pobreza
2º ODS - FOME ZERO: A amamentação exclusiva por 6 meses e continuada por dois anos ou mais fornece nutrientes de alta qualidade e é adequada em energia, podendo ajudar a prevenir a fome, a desnutrição e a obesidade. A amamentação também significa segurança alimentar para a criança
3º ODS - BOA SAÚDE E BEM-ESTAR: A amamentação melhora significativamente a saúde, o desenvolvimento e a sobrevivência de bebês e crianças. Ela também ajuda a melhorar a saúde e o bem-estar das mães, tanto a curto como a longo prazo.
4º ODS - EDUCAÇÃO DE QUALIDADE: A amamentação e a alimentação complementar adequada são essenciais para a aprendizagem. Amamentação e alimentação complementar de boa qualidade contribuem significativamente para o desenvolvimento mental e cognitivo e, portanto, ajudam na aprendizagem.
5º ODS - IGUALDADE DE GÊNERO: A amamentação oferece para cada menina e menino o melhor início de vida. A amamentação é um direito único das mulheres, e que deve ser apoiada por toda a sociedade para que possa ser praticada de forma ótima. A experiência da amamentação pode ser exitosa e enriquecedora para a mãe, já que ela assume como alimentar seu beb
6º ODS - ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO: A amamentação, exclusiva até o sexto mês, fornece toda a água de que necessita um bebê, inclusive no verão. Em contraste, a alimentação com fórmula requer acesso à água potável, higiene e saneamento.
7º ODS - SEGURANÇA DE ENERGIA LIMPA: A amamentação consome pouca energia em comparação com as fórmulas artificiais provenientes da indústria. Ela também reduz o consumo de água, fogo e outros combustíveis usados na moradia
8º ODS - TRABALHO DECENTE E CRESCIMENTO ECONÔMICO: As mulheres que amamentam e que recebem apoio de seus empregadores desenvolvem uma relação de maior produtividade e lealdade ao emprego. A proteção da maternidade, bem como outras políticas trabalhistas, permite que as mulheres conciliem amamentação e trabalho remunerado. Empregos dignos são aqueles adequados às necessidades de mulheres que amamentam, especialmente aquelas que vivem em situações precária
9º ODS - INDÚSTRIA, INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURA: Com a industrialização e urbanização, os desafios de tempo e espaço tornam-se mais difíceis. As mães que amamentam e que trabalham fora de casa enfrentam estes desafios e precisam do apoio de seus empregadores, famílias e comunidades. Creches perto do local de trabalho, salas de apoio à amamentação e períodos de pausa para amamentar podem fazer uma grande diferença.
10º ODS - REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES: As práticas de amamentação diferem em todo o mundo. A amamentação deve ser protegida, promovida e apoiada para todas as mulheres, especialmente aquelas que vivem em situações de pobreza e vulnerabilidade. A prática de amamentar ajuda a reduzir as desigualdades.
11º ODS - CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS: Na agitação das grandes cidades as mães lactantes e seus bebês precisam se sentir seguros e bem-vindos em todos os espaços públicos. Quando os desastres e crises humanitárias acontecem, as mulheres, bebês e crianças são afetados de maneira desproporcional. As mulheres grávidas e lactantes precisam de um apoio especial nestas circunstâncias.
12º ODS - CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEL: A amamentação é uma fonte de nutrição e sustento saudável, viável, não-poluente e não predatória de recursos naturais.
13º ODS - AÇÃO CONTRA AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: A amamentação salvaguarda a saúde e nutrição infantil em tempos de adversidade e desastres relacionados às mudanças climáticas devido ao aquecimento global.
14º ODS - VIDA SUBMARINA: A amamentação envolve menos resíduos sólidos em comparação com a alimentação com fórmula artificial. A produção e distribuição de fórmula infantil envolvem resíduos sólidos que poluem os oceanos e afetam a vida marinha.
15º ODS - VIDA NA TERRA: A amamentação é ecológica, ao contrário da fórmula infantil. A produção de fórmulas implica na produção industrial e leiteira que envolve colocar pressão sobre os recursos naturais e contribui com as emissões de carbono e as mudanças climáticas.
16º ODS - PAZ, JUSTIÇA E INSTITUIÇÕES FORTES: A amamentação é consagrada em numerosos acordos e convenções de direitos humanos. É necessário que existam leis e políticas públicas nacionais para proteger e apoiar as mães que amamentam, seus bebês e garantir o respeito aos seus direitos
17º ODS - ALIANÇAS PARA ATINGIR OS OBJETIVOS: A Estratégia Global para a Alimentação de Lactentes e Crianças Pequenas estimula a colaboração multisetorial e uma variedade de parcerias para apoiar o desenvolvimento de programas e iniciativas de aleitamento materno.
    “ALEITAMENTO MATERNO: PRESENTE SAUDÁVEL, FUTURO SUSTENTÁVEL! ”


 
Fonte: Texto preparado para o Seminário da SMAM 2016 por Fabiana Cainé Alves da Graça - Farmacêutica, IBCLC, Membro da IBFAN Brasil e Cláudia dos Reis Lisboa Novaes - Nutricionista, Mestre em Nutrição Humana Aplicada.




Aleitamento materno como chave para o desenvolvimento sustentável

Com base nos 17 objetivos e nas 169 metas, muitos pontos podem ser observados em consonância com a prática, o incentivo, o apoio e a proteção ao aleitamento materno:
● Amamentar é cidadania.  É um direito da mulher amamentar  e  do  bebê  em  ser  amamentado.  Amamentar auxilia no bem-estar humano.
● Quando incentivada e apoiada, a amamentação reduz o impacto dos desastres naturais, pode reduzir  o abandono e a violência contra crianças pequenas.
● A mulher é empoderada dos seus direitos, quando amamenta com o apoio necessário. A amamentação impacta positivamente na redução da desnutrição e nos índices de mortalidade infantil, previne a obesidade e certas doenças crônicas.  A mulher também é beneficiada com o aleitamento materno, com redução do risco de certas morbidades como o câncer de mama e osteoporose. É um alimento saudável, balanceado e seguro. Não polui o meio ambiente, pois não necessita da cadeia produtiva de energia, fabricação, envase, transporte e venda, não gera consumo de itens supérfluos, colabora com desestímulo ao consumismo e não usa e não gera substâncias e/ou resíduos nocivos ao meio ambiente.
● Amamentar preserva e fortalece as culturas locais. Não provoca alterações climáticas, ao mesmo tempo em que é totalmente adaptável a elas, pois está pronto para atender as situações especiais de consumo.  O aleitamento materno pode inspirar padrões de consumo e de vida sustentáveis.
● Segundo as mais recentes pesquisas em aleitamento materno, a amamentação  por  mais  de  um  ano  pode proporcionar maior QI (Quociente de Inteligência) e maior renda média quando adulto.
Sendo assim, amamentar é um ato de cidadania, indispensável à saúde humana e à preservação da espécie e do planeta.  Amamentar é econômico, cultural, é orgânico, é natural, é uma prática sustentável que precisa ser apoiada, incentivada e protegida. Qualquer outra prática de alimentar crianças pequenas, principalmente as lactentes, com substitutos do leite materno impacta de forma negativa todas essas metas, dificultando seu cumprimento.  Apoiar, incentivar e proteger o aleitamento materno é proteger a vida na Terra.  É sustentabilidade. É direito e papel de todos.
da família, das instituições e do governo.




SEMANA MUNDIAL DA AMAMENTAÇÃO - SMAM/2016


A Semana Mundial da Amamentação de 2016 traz um tema amplo e que vem de encontro  com  a  situação  atual  do  mundo: o desenvolvimento  sustentável. O tema exige uma reflexão que ultrapassa os limites da questão ecológica da amamentação.

            Amamentar é reduzir morbidades, mortalidade, desigualdades, violência, danos ambientais.  Amamentar é promover a vida e a saúde e melhorar sua qualidade, é intensificar as relações sociais, é um resgate cultural da condição humana, é segurança alimentar e nutricional, é reduzir impactos ambientais, é sustentável.

                        A SMAM 2016 discute a relação entre aleitamento materno e sustentabilidade e sua prática como parte essencial para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.  No ano 2000, líderes mundiais e a ONU reuniram se para definir metas cujo objetivo era promover uma parceria para a redução da pobreza extrema. Estas foram as 8 metas que tiveram como prazo final para o seu cumprimento 31 de dezembro de 2015. O último relatório da ONU indicou um movimento importante na redução da pobreza extrema, com redução dos números da pobreza, mortalidade infantil, aumento nos índices de escolaridade, entre outros.


                        Contudo, muitas metas de 2015 ainda precisam ser cumpridas e necessitam de um alcance maior, para mais pessoas. Dessa forma, em setembro de 2015, uma agenda, com metas traçadas para o período 2016-2030 foi acordada com base nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, buscando avanços por meio de um caminho de sustentabilidade: Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
A necessidade urgente do desenvolvimento econômico e social sustentável ao mesmo tempo em que se faz necessário o total cumprimento dos Objetivos acordados no ano 2000, fez com que fossem acordados 17 Objetivos e 169 metas, envolvendo temáticas diversificadas, como erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento,  padrões  sustentáveis  de  produção  e  de  consumo,  mudança  do  clima,  cidades  sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos  e  dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico  inclusivo, infraestrutura e industrialização, governança, e meios de implementação.
 
                        Embora não esteja presente em nenhum dos 17 objetivos, é impossível pensar no cumprimento de muitos deles sem o aleitamento materno. O leite materno é o alimento mais acessível (não tem custo e está próximo), seguro (não necessita de fabricação/envase/preparo/transporte), completo (é espécie específico) e oportuno (está disponível no tempo certo, na quantidade adequada, com incontáveis vantagens) para bebês e crianças pequenas em qualquer situação socioeconômica, em qualquer lugar do mundo.
 
                        Dessa forma, o aleitamento materno cabe praticamente em cada  um  dos  objetivos,  de  forma  direta  ou indireta,  pois  para  que  haja  a  erradicação  da  pobreza  é  crucial  a  garantia  do  direito  humano  à  alimentação adequada. O alimento deve ser acessível, de qualidade, seguro e oportuno. Sem alimento nestas condições não há como crescer, estudar e trabalhar, tampouco sobreviver.
 
 
 
 
 
      Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e o Aleitamento Materno